Enquanto o povo pena na pandemia, uns poucos se preocupam em se aproveitar do momento para passar o rodo ou passar a boiada, como bem lembrou um certo ministro. Seja desarticulando órgãos reguladores e fiscalizadores, deixando-os sem a musculatura e autoridade necessárias ao bom desenvolvimento de suas funções, cortando orçamento, seja editando portarias e criando barreiras para o mesmo fim. Dessa forma, o ministério do meio ambiente do Brasil virou uma sucursal avalizadora de desmatamento e exportação irregular de madeira, que teve o menor orçamento nos últimos 20 anos. No ministério da economia, o seu ministro usa como desculpas de sua incompetência no fracasso de suas atribuições, ao fato das domésticas estarem indo para a Disney. Deveriam ir para Foz, alega o incompetente; pergunta qual é o problema de a energia ficar “um pouco mais cara”; sugere que as sobras dos restaurantes “alimentem os mendigos”; que o povo brasileiro come muito; que tem até filho de porteiro sendo financiado pelo Fies e para encerrar com esse festival de horrores, declarou também que os funcionários públicos “são parasitas”. Mas, continuando com o festival de horrores em plena pandemia, o orçamento de 2020 teve um enxugamento na rubrica de fiscalização do ministério do trabalho de R$ 1,4 trilhão, para R$ 26 milhões, ou seja, é para incentivar o trabalho escravo; o governo decretou o fim do Conade – Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência; O presidente declara que o povo tem que comprar é arma e não feijão e que a vacina pode remeter a uma certa facilitação para contrair aids. Enfim, vivemos um caos dentro do caos.
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